A cada dia, me apaixono mais pela voz de Katarina Nepomuceno. Ontem, à noite, no lançamento da V Edição do Comunicurtas – Festival Audiovisual de Campina Grande – tive a certeza que tenho motivos de sobra para o encantamento pela voz camaleoa do nosso “Rouxinol da Borborema”.
Já a ouvi e vi em diferentes performances, mas no palco do Cine Teatro do SESC Centro, com uma luz intimista, a qual realçava sua voz polifônica e chamava nossa atenção para ela, foi totalmente diferente. Aquele cenário bucólico: três banquinhos, uma mesa, garrafas e copos, lembrando um bar simples, me remeteu a duas histórias diferentes. A primeira: uma cena de Piaf – Um hino ao Amor, quando o pai de Edith descobre que ela é uma grande cantora. A segunda: a performance magistral de Ella Fitzgerald, no Festival de Montreux (Suíça), em 1969, no auge da fama, mas de uma generosidade ímpar com a platéia.
Katarina ainda tem a timidez singela da Piaf do início de carreira e capacidade de dar vida a cada nota desferida, assim como Ella. Nosso rouxinol é uma jóia rara que está sendo lapidada. Isso ficou claro, ontem, ao cantar “Lamento cego”, de Jackson do Pandeiro. Acompanhada pelos violões de Toninho Borbo e Jonathas Falcão, a cantora lembrava as grandes intérpretes do Blues ou as divas do Jazz. O coração e a alma eram tão utilizados quanto à voz para homenagear o Rei do Ritmo.
Ela será, como bem disse Falcão, “a nova estrela da Música Popular Brasileira”. Não é por outra coisa, senão pela bela voz de Katarina, que meu amigo Oliveiros Freire achou que era Maria Rita a intérprete de Cometer, música de a VALSA DE MOLLY, banda de nossa camaleoa da voz.
Jackson do Pandeiro teria ficado muito contente com o “bebops” e vocalizações harmoniosas de Katarina. Entre cordas e lamentos bem elaborados o “Roxinol da Boborema” conquistou e arrancou gritinhos da platéia. Para provar que estava afinada com o cantor de Sebastiana, ela ainda fez os backvocals de Chiclete com Banana, executada por Borbo, e 17 na Corrente, interpretação de Falcão.
Como comentava com Flaw Mendes, artista plástico campinense, foram muito interessantes as apresentações musicais do lançamento do Comunicurtas. Sei que este entrosamento da música com a Sétima Arte teve o toque mágico da produtora Cultural Moema Vilar e do idealizador do Festival, André da Costa Pinto.
Vida longa à boa música paraibana! Vida longa ao Festival do Audiovisual de Campina! Que o Comunicurtas continue aglutinando as diferentes artes e que o público de nossa cidade, da Paraíba e do Brasil prestigie este festival que acontece de 23 a 27 de agosto.
E para aqueles que ficaram com um gostinho de quero mais da voz de Katarina é só acessar o myspace dela: www.myspace.com/katarinanepomuceno. Já quem quiser saber mais sobre o Comunicurtas é só conferir os detalhes em www.comunicurtas.com.br e descobrir quais a mostras realizadas em agosto e como inscrever seus vídeos.