Hoje de manhã estava vendo no meu Facebook uma bela mensagem de Ano Novo da professora Cláudia Pfeiffer, lá do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ela escreveu a mensagem parafraseando "Gracias a La Vida", da poetisa chilena Violeta Parra, imortalizada na voz da argentina Mercedes Sosa. Na mensagem, Pfeiffer agradecia à vida por ter-lhe dado tanto, inclusive novas amizades para, junto com ela, cantarem um novo canto para um Ano Novo.
Nesta época do ano, quando fazemos nosso balanço, é comum reclamarmos que tivemos um ano difícil, com muita correria, muito trabalho, pouco dinheiro, poucas possibilidades de viagens e dias de descanso. Esquecemo-nos de agradecer as coisas boas que tivemos durante os 365 dias. Se tivemos muito compromisso, também tivemos almoços de trabalho que se tornaram prazerosos, nos quais conhecemos pessoas novas e pudemos ver o mundo por outro ângulo.
Se tivemos uma correria, andando de lá para cá, de cá para lá desenfreados, esquecemo-nos de agradecer àquela lua linda, quase azul, que vimos pela janela do ônibus, quando voltávamos de mais uma reunião de trabalho ou de uma orientação. Esquecemos que o raio de luz que descia dela formava uma bela imagem na janela fumê do ônibus e nos fez lembrar as fotos de Cartier-Bresson. Se estivéssemos em casa, veríamos um crepúsculo daqueles tingindo o céu de um vermelho que não sabemos identificar?
Se reclamamos de termos acordado muito cedo para mais um dia de campo, nos esquecemos do belo amanhecer que vimos, com os raios solares rompendo a escuridão e pintando o céu com a paleta da aurora e pássaros orquestrando, dizendo que mais um dia estava começando. Não agradecemos por termos descoberto um mundo misterioso com pessoas simples e estas terem mais consciência das coisas importantes da vida do que nós, com nossas teorias e categorias de análise. Estúpido cartesianismo!
Esquecemo-nos de agradecer as mensagens carinhosas e os e-mails motivadores, nos impulsionando a nos aventurarmos diariamente, enviados por amigos e parentes. Esquecemo-nos de agradecer a amizade sincera daqueles que nos ajudam a nos levantar depois de uma decepção profissional ou de um fracasso qualquer. Esquecemo-nos de agradecer aos filhos, sobrinhos, irmãos e familiares que nos dão aqueles abraços reconfortantes depois de dias ou meses fora de casa, com um "que bom que você voltou. Sentimos sua falta".
Esquecemo-nos de agradecer pela nossa cama macia e acolhedora que nos recebem depois de dias dormindo em hotel. Por voltar à nossa casa e sentir o cheirinho de nossos livros e ver que os quadros estão na parede, como deixamos. Não agradecemos por chegar à nossa casa, abrir a janela e olharmos a panorâmica que se descortina no horizonte e vermos que estamos em nosso canto novamente.
Gostaria de agradecer pelos puxões de orelhas, pelos 'toques' e conselhos que recebi. Teve uma colega de turma que foi imprescindível esse ano. Com seu olhar meio e jeito carinhoso, me disse uma coisa que me fez ver o mundo de outro jeito e me enxergar diferente.
Neste fim de ano, gostaria de agradecer por tudo. Por ter amigos queridos que amo muito, por ter conhecido pessoas doces e apaixonantes como a Cláudia Pfeiffer, por ter passado três meses fora e ter conhecido pessoas maravilhosas em Curitiba, por ter voltado para os meus com saúde e ter recebido abraços, beijos e frases claras e gratificantes como "sentimos muito sua falta, que saudade".
Agradeço pela confraternização que tivemos no Mororó e pela acolhida e companhia de pessoas tão importantes do MDR.
Quero dar graças por saber que amo e sou amado por muitos. Aproveito para finalizar os primeiros versos de Violeta Parra, dizendo...
Gracias A La Vida
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo
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