Praça de alimentação do evento |
Quem foi ao Museu Oscar Niemeyer de Curitiba, na manhã deste sábado (18), viu que os jardins do museu se transformaram na embaixada do Japão para receber o 21º Imin Matsuri, o Festival do Imigrante Japonês, que termina no domingo (19).
Pensado pela Associação Cultural e Beneficente Nipo-Brasileira de Curitiba para comemorar a chegada do Kasatu Maru – navio com imigrantes japoneses que desembarcou em Santos, em 1908 – o festival apresenta comidas, artesanato e decoração do ambiente com lanternas típicas da cultura oriental.
Interessante como na cultura nipônica o tradicional convive bem com o ultramoderno. Ao mesmo tempo em que se observa uma armadura samurai do período Edo (1603-1867), no stand do Consulado Geral do Japão, adolescentes “cosplay” desfilavam com suas fantasias colorindo ainda mais os corredores do evento.
Um grupo de senhoras, trajando roupas típicas, dançava uma música cantada pelo campeão brasileiro de karaokê. Em seguida, um grupo de adolescentes coreografava uma música moderna cheia de batidas eletrônicas e alongada por samples, que lembravam as trilhas sonoras das máquinas de dança.
Para aqueles que buscavam a arte da caligrafia japonesa, havia vários lugares nos quais era possível ter seu nome gravado em um dos “alfabetos japoneses”. Eu passei no Consulado e tive meu nome ‘ideografado’ por Felipe, um estudante do curso de Língua Japonesa (UFPR).
Quem foi ao festival em busca de artes marciais e música encontrou apresentações como show de tambor (taiko), dança (odori), artes marciais (kendo, aikido e outros) e ainda pôde participar de karaokê.
Por outro lado, os que buscavam, assim como eu, gastronomia encontraram uma praça de alimentação com iguarias como: sashimi, tempurá, sushi, tempanyaki, yakissoba, okashi (doces), udon (macarrão japonês) e yakitori (espetinhos de frango com molho típico), balinhas de coco e gelatina de pinga.
O que me chamou a atenção no espaço gastronômico foi uma “casa de câmbio”, na qual o visitante compra a moeda do festival e pode usar nas diferentes barracas, evitando os clássicos problemas de troco. Pode-se comprar a quantidade de “dinheiro” que quiser. Se não usar tudo, devolve-se na saída.
Outro espaço que me chamou a atenção foi o lúdico. Havia jogos de tabuleiro complexos, com peças misteriosas. Porém, existia uma brincadeira da qual eu pude participar: hirô mamê. “O hirô [pegar] mamê [grãos de soja] é uma prática que os professores fazem para as crianças aprenderem a comer com os háshi [pauzinhos japoneses]”, explicou Érica Shiono, ex-intercambista que morou no Japão.
O hirô mamê consiste na seguinte tarefa: pegar os grãos de uma bandeja e passá-los para outra vazia, usando os háshis. Depois, faz-se o inverso. Já na terceira tentativa, compete-se com outros concorrentes.
Confesso que não fui mal. Competindo com outros novatos, assim como eu, coloquei 18 grãos na bandeja; o segundo candidato, 14, e o terceiro, apenas 11, em um minuto. Até ganhei um brinde: um encarte com três desenhos de bonequinhas japonesas, ofertado pelo Ministério das Relações Exteriores do Japão. Saí feliz da vida.
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