O Parque da Criança é um dos lugares mais interessantes de Campina Grande. É ali que mato a saudade da Paulicéia desvairada e seu encantador Ibirapuera. O parque de Campina tem uma vantagem: não há poluição e o cinza triste do céu. Mas falta o lago, as esculturas e as bicicletas de aluguel, em especial aquelas de dois e três lugares.
No entanto, caminhar pela pista tortuosa de nosso parque é uma atividade de puro prazer. Como hoje era dia das crianças, resolvi visitar meu velho companheiro de caminhada e conferi o que ele oferecia aos pequeninos no seu dia. Já de longe se ouvia o barulho de uma daquelas bandas de acordes estranhos e letras duvidosas que são para adultos.
Resolvi me aproximar. O gramado e os brinquedos do playground estavam tomados por uma polifonia de cores e pessoas diferentes, famílias inteiras, bicicletas, carrinhos eletrônicos e de pedalinhos ajudados por pais atenciosos. Mães e filhos brincando e pouco espaço para caminhar.
Estava quase desistindo de me aventurar no meio daquela multidão, quando me deparo com um momento sublime. Um garoto cadeirante, empurrado por seu e acompanhado por sua mãe numa felicidade incrível, olhando o mundo que se descortinava para si.
Haviam dado uma volta na pista, mas estavam de frente ao sorveteiro, daquelas máquinas que têm dois frascos e de natural mesmo apenas o vendedor. O pai parou a cadeira do filho, deveria ter uns oito anos, mais ou menos, e foi comprar um sorvete de morango. Quando entrega a guloseima, o garoto abre um sorriso mais radiante que o sol que iluminava a cidade.
O sorvete quase rosa representava o prêmio após um passeio por entre aquelas outras crianças. Era como se o aventureiro, em sua cadeira infantil como ele, tivesse conquistado o mundo. Saboreou o doce gelado como se fosse o último. Sorri de onde estava e parti para casa pensando que ainda há motivo para comemorar o dia da criança.
Pensava que apenas os grandes cronistas e poetas eram capazes de compreender a sutileza do sorriso de uma criança. Ao subir os degraus do parque, vi que o sol ia se escondendo com seu vermelho crepúsculo, quase que ruborizado da cumplicidade que tivemos.
que legal, meu amigo zélio!
ResponderExcluircoincidência, no domingo anterior conheci o ibira.
bienal, mam, museu afro e a bicileta alugada não me aventurei com a de 2/3 lugares - mas me fiz acompanhar por minha família).
acredite, naquela dia, o garotro lambuzado de sorvete de morango, era seu amigo aqui.
abraço!