Depois da publicidade do governo em relação ao Censo 2010, não via a hora de ser recenseado. Havia um problema. Como me tornei um nômade esses dias, vivo mais entre o ônibus e a universidade que qualquer outro lugar, ficava difícil para o(a) recenseador(a) me encontrar em casa.
Deixar recado embaixo da porta seria praticamente impossível; moro em um prédio sem porteiro. Cada um tem a chave da entrada principal. O edifício é habitado praticamente por estudantes, ninguém para em casa. O prazo do levantamento estava chegando ao fim (31 de outubro) e nada de entrar para as estatísticas. Fiquei preocupado.
Acho que sou o único brasileiro que andou atrás dos recenseadores. Toda vez que encontrava um deles perguntava o que eu tinha que fazer. Diziam que podia ser pela internet, mas eu precisava de uma senha para preencher o formulário online. Necessitava ligar para um 0800. Deram-me o tal número.
Sempre que me lembrava de ligar para o bendito número era fora do horário. Um belo dia, encontro um colega com o colete e o crachá que a tevê dizia que identificávamos um recenseador. Contei-lhe de minha vontade de ser recenseado. Ele anotou o número de meu telefone e disse que sua coordenadora entraria em contato.
Achei gentil de sua parte, mas não dei muito crédito. Pensei com meus botões, esse camarada está me enrolando. Ela nunca vai ligar para mim. Isso é conversa para boi dormir, promessa de ano de eleição. Quem já viu censo por telefone? Fiz muxoxo mental e continuei minha caminhada.
Sexta-feira (22/10), a caminho de Recife, em Goiana, meu telefone toca. Uma voz suave e muito educada do outro lado. Dizia que meu colega havia lhe dado meu número e queria fazer a entrevista comigo. Fiquei surpreso e prosseguimos no cadastramento. Terminada a sabatina, ela agradeceu e, da mesma forma educada que começou, despediu-se.
Os passageiros do ônibus estavam me olhando com cara de espanto. Ficaram mais ainda quando eu comuniquei para o meu colega de viagem que era uma das coordenadoras do IBGE de Campina Grande que estava me recenseando. Senti-me importante e feliz em saber que as novas tecnologias estão sendo úteis para o recenseamento dos brasileiros.
Tirando o fato de você não der me dado crédito, gostei do texto! hehehe
ResponderExcluirVocê faz parte do Brasil e deve isso ao seu amigo que passou o seu telefone para a supervisora! Ele deve ser alguém muito legal... ahh fui eu! rsrs