terça-feira, outubro 12, 2010

Campina Grande também tem sua cracolândia


Aqui em Campina Grande, uma situação tem me incomodado profundamente: jovens consumindo crack e sendo devorados vivos pela dependência. O cruzamento das ruas Luiz Soares com Índios Cariris tornou-se a nossa cracolândia. Próximo aos "inferninhos", testemunhamos zumbis cambaleantes, segurando cachimbos autodestrutivos que iluminam a esquina como vagalumes na escuridão.

No último sábado (09/10), por volta das 19h, passei por lá e deparei-me com três meninas e um menino que, tenho certeza, ainda não atingiram a maioridade. Esses adolescentes pareciam coquetéis molotov, acendendo seus próprios pavios. Magros, sujos e já sem alguns dentes. Passei apressado, lamentando por esses jovens, pois a vida e a integridade deles, talvez, se perderam no caminho.

Essa foi a quarta vez que testemunhei cenas semelhantes. Conversei com um produtor de televisão e fiz a denúncia. Ele afirmou que não podia fazer nada, "pois eu moro perto e isso pode ser ruim para mim". Estou denunciando aqui, na esperança de que alguém possa tomar alguma providência.

Tudo isso ocorre a menos de 500 metros do gabinete do prefeito. As autoridades parecem estar esperando que a situação atinja as proporções da cracolândia de São Paulo. Enquanto isso, nossos políticos brincam de gangorra no playground eleitoral, e as baixas são os nossos jovens em situação de vulnerabilidade.

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